Dados do Ministério da Saúde mostram avanço no número de casos de HIV e sífilis, inclusive, com casos resistentes a antibióticos de uso rotineiro. Soam alarmes sobre um fenômeno social comum entre nós: a diminuição do alerta pela baixa percepção de risco. Nossos jovens não conviveram com a aids, não perderam amigos e parentes para a doença e mal sabem o que é sífilis. Isso faz com que não entendam e não fiquem alertas sobre os perigos a que estão expostos. Mais ainda: recebem notícias falsas, gerando falsa sensação de segurança.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, o número de casos aumentou entre jovens até 29 anos. E esse é o grupo que menos usa preservativo e o que mais acredita na impossibilidade de contágio. Campanhas não conseguem atingir esse grupo que, inclusive, acredita que, se contrair HIV, é só tomar remédio que vai se curar. É nesse mesmo grupo que hoje circula a sífilis, que, se não tratada, pode levar a óbito.
Há receio ainda do surgimento de grupos resistentes aos antibióticos tradicionais, gerando alerta sobre riscos futuros de uma epidemia com resultados dramáticos. Ambas as doenças podem ser passadas ao feto, no caso de gestante portadora, aumentando o risco de aborto, óbito fetal, malformações. Infelizmente, a tal percepção de risco, especialmente dos jovens, em relação às sexualmente transmissíveis, está abaixo do desejável. Há a necessidade iminente de 'melhorar' a informação a todos eles sobre essas doenças que ressurgem sorrateiramente. Temos que expor os riscos e mazelas, sem floreios, para que todos entendam a gravidade e os riscos. Só por meio de boa informação conseguiremos gerar alerta e, com isso, mudar os hábitos em relação à segurança sexual. Vamos falar mais a respeito nas próximas colunas, mas já fica o alerta: orientem a todos do seu entorno sobre elas e os riscos que trazem. Ninguém está seguro sem conhecimento, alerta e prevenção.
Prevenção é o melhor caminho
O aumento de casos de sífilis e aids é observado tanto no sistema público quanto no privado de saúde. Não se trata de doenças ligadas à questão socioeconômica, mas comportamental. O fato de elas terem tratamento faz com que as pessoas acreditem que, se forem infectadas, basta tratar, não sendo necessário o uso de preservativo.
Números alarmantes
De acordo com dados do Ministério da Saúde, aumentou em 4 mil por cento o número de casos de sífilis (doença (sexualmente transmissível) entre os anos de 2010 e 2018. De 3,8 mil registros de casos saltou para nada menos que 158 mil. Dados preocupantes.
Dr. Alexandre Pupo Nogueira
CRM 84414
Coluna: Ana Maria