Vivemos hoje uma crise exponencial de ansiedade e depressão entre crianças e jovens que se sentem sobrecarregados com as tarefas diárias e a enxurrada de informações e emoções a que são expostas.
Isso desencadeia atitudes agressivas ou depressivas. Por isso, a identificação precoce da evasão de atividades é essencial, pois a reversão do ciclo de fuga do convívio social (incluindo aí a evasão escolar) é difícil.
A acomodação dos pais em relação às atitudes dos filhos é um dos grandes impulsionadores desses fatos. Pais devem ser presentes, precisam buscar formas de motivá-los a participar das atividades, e discutir as razões que os induzem a se afastar de tudo e todos.
É preciso ainda convencer as crianças e jovens a enfrentar a situação para que possam aprender a organizar as emoções e controlar os medos. Uma dica é oferecer opções de atividades e os envolverem nelas. É primordial, no entanto, os pais entenderem que enfrentar a ansiedade é difícil e, portanto, a criança pode ter medo. Elas têm pouca experiência de vida e isso limita o arsenal de mecanismos de defesa cerebral que elas possuem.
O papel dos pais é ajudar a criança a encontrar maneiras de gerenciar o sentimento. Os jovens também podem interpretar mal as emoções tidas como normais. Transformam uma apreensão natural em uma ansiedade avassaladora que os desestimula a se envolver em atividades.
Os pais devem ainda integrar o processo de desenvolvimento mental e emocional de seus filhos, identificar a fuga e o retraimento social, estabelecendo limites, oferecendo experiências e expondo-as à ansiedade controlada. Se for o caso, recorra à terapia, que os ensina a “surfar a onda” de ansiedade e continuar avançando em direção a novas experiências, sendo, portanto, um método bastante eficaz. Devemos sempre lembrar que a ansiedade acontece e, se mal canalizada, pode dificultar o desenvolvimento infantil.
“O papel dos pais é ajudar a criança a encontrar maneiras de gerenciar o sentimento. Os jovens podem interpretar mal as emoções tidas como normais. Transformam uma apreensão natural em uma ansiedade avassaladora que os desestimula”.
Quadros psiquiátricos
O psiquiatra Fernando Asbahr, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, estima que cerca de 10% das crianças e dos adolescentes já sofrem de ansiedade. “Juntos, transtornos do tipo representam os quadros psiquiátricos mais frequentes nessa população”, afirma o especialista.
O transtorno de ansiedade
Se as crianças ficarem tão ansiosas a ponto de não poderem funcionar ou se ficarem muito angustiadas, elas podem ter um transtorno de ansiedade. Em algum momento durante a infância, cerca de 10 a 15% das crianças experimentam um transtorno de ansiedade.
Dr. Alexandre Pupo Nogueira
CRM 84414
Fonte: Coluna Ana Maria