Após teste positivo, Romana Novais tem parto prematuro; entenda complicações da covid em gestantes
Raika, caçula do DJ Alok e da mulher, Romana Novaes, nasceu na noite desta quarta-feira (2), de parto normal, em São Paulo, onde o casal vive com o primogênito Ravi, 10 meses. A notícia foi dada pela própria Romana através de suas redes sociais. Ela contou que a filha chegou prematuramente, com 32 semanas. "Devido a uma complicação da covid, entrei em trabalho de parto prematuro. A Raika nasceu ontem a noite, de parto natural. Tudo aconteceu muito rápido e graças a Deus ela nasceu muito bem", escreveu.
"Nós duas estamos bem assistidas e em oração para uma boa recuperação. Nem tudo acontece como planejamos e os planos de Deus são sempre maiores e melhores que os nossos. Obrigada por todas orações e carinho de cada um de vocês", completou ela. "Minhas guerreiras!", comentou Alok. Há poucos dias, ele havia anunciado que ele e Romana haviam testado positivo para a covid.
COVID X PARTO PREMATURO
Por que isso acontece? Um estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos com quase 4,5 mil gestantes com coronavírus, revelou que 13% (cerca de 500) dos bebês nasceram prematuros. Os dados mostram que 149 (3,8%) das crianças nasceram com menos de 34 semanas e 357 (9,1%) nasceram entre 34 e 37 semanas. Já em relação aos bebês, que foram testados para a covid-19, metade que teve teste positivo era prematuro.
O relatório do CDC não especificou por que as gestantes podem estar em risco de parto prematuro, mas estudos anteriores sugerem que aquelas que contraem o coronavírus têm maior probabilidade do que a população em geral de apresentar sintomas graves e exigir cuidados intensivos, ventilação e suporte cardíaco e pulmonar. E isso pode estar relacionado, provavelmente, às mudanças fisiológicas naturais durante a gestação, como o aumento da frequência cardíaca e a diminuição da capacidade pulmonar.
PALAVRA DE ESPECIALISTA
Segundo o ginecologista e obstetra, Alexandre Pupo, dos Hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein (SP), no meio médico, existe muita discussão à respeito dos impactos da covid em gestantes. "Os estudos são bastante controversos nesse sentindo. Ainda não há nenhum tipo de estudo deixando claro o aumento no risco de parto prematuro em gestantes com covid. Sabemos que qualquer doença infecciosa, pela presença da febre, diminuição na saturação do oxigênio e mecanismos inflamatórios pode, eventualmente, despertar, principalmente nos últimos três meses da gravidez, um parto antes do termo. Existem ainda alguns relatos sugerindo que a infecção viral pela covid poderia aumentar a rutura prematura de membranas, levando ao parto prematuro, mas também é controverso. O que a ciência têm, de fato, mostrado em relação à covid, é que a maioria dos partos prematuros ocorreram por uma ansiedade do obstetra em preservar a saúde materna. Isto é, ele acaba optando por uma 'cesárea preventiva' para que a mãe possa ser tratada", explicou.
"Então, às vezes, opta-se por um parto prematuro quando o quadro clínico da gestante se torna grave por uma queda importante na saturação de oxigênio, que possa comprometer o bem estar fetal, para que a criança não passe por riscos que podem levá-la à morte", completou. Segundo o especialista, também não há, ainda, um consenso sobre a transmissão vertical do vírus. Isto é, da mãe para o feto dentro do útero, através da barreira placentária. Outro ponto importante, lembra Pupo, é que não há nenhuma informação de que gestantes com covid correm mais risco de aborto ou má-formação fetal.
ORIENTAÇÕES IMPORTANTES
O obstetra orienta que, aquelas gestantes que estiverem com sintomas ou suspeita de covid devem prontamente realizar o exame de PCR, para saber se estão infectadas, e avisar ao obstetra. "No caso de positivo, ela deve ser vigiada mais de perto, inclusive com a realização de exames laboratoriais para identificar uma possível progressão da doença para um caso mais grave", finalizou o especialista.
Fonte: Revista Nascer