A infecção urinária pode ser de trato inferior (bexiga e uretra) ou superior - (rins). A de trato superior (pielonefrite) pode ser simples ou complicada (quando se tem febre, abscesso ou pedra associada). Pode ainda ser aguda (quando o quadro é de início súbito), crônica (quando se tem um cálculo renal infectado por bactérias) ou de repetição (quando a pessoa tem quadros rotineiros de infecção urinária).
As mulheres estão mais suscetíveis, pois a uretra é mais curta que a dos homens e se situa mais próxima ao ânus, local onde convive em simbiose com o nosso corpo uma bactéria chamada Escherichia coli. Essa é a bactéria mais comum causadora de infecção urinária. Pela proximidade, ela consegue colonizar a pele entre o ânus e a vagina e assim chegar à uretra. Outra forma de a bactéria atingir a uretra é através de um ambiente úmido: quando se sua muito, usa calça apertada e calcinha com tecido que não absorve e não transpira bem por muito tempo ou se tem corrimento vaginal. A relação sexual também é um meio de contaminação.
A região do ânus é contaminada e, portanto, ao praticar sexo anal, é imprescindível o uso de camisinha. Os sintomas podem variar de nenhum ou assintomáticas, ardência para urinar, aumento na frequência das micções associado a pequeno volume de urina, ardor ou incontinência urinária. Nas infecções altas e complicadas é comum a associação com dor lombar, febre, apatia e cansaço. Mudanças na alimentação podem ajudar.
Acredita-se, por exemplo, que o cranberry auxilie no tratamento. Suas propriedades antissépticas podem evitar a infecção. Iogurte e coalhada são alimentos probióticos que mantêm a flora vaginal equilibrada. Mas o método mais eficaz é a boa água (2-3 litros por dia), além de urinar, pelo menos, a cada 4 horas. Cuidar da higiene íntima, tratar o corrimento vaginal, usar roupas leves e frouxas e calcinha de algodão ou outros tecidos de boa absorção de umidade e transpiração também são medidas preventivas.
Tratamento Medicamentoso
O tratamento depende da gravidade da infecção, mas costuma-se recomendar o uso de antibióticos. Casos recorrentes ou de repetição podem ser controlados com uma dose baixa de medicação diária por até seis meses. Casos graves são tratados com antibióticos endovenosos e internação hospitalar.
Recorrência nas Mulheres
Cerca de 30% das mulheres vão apresentar infecção urinária leve ou grave em algum momento da vida. A mulher tem 50 vezes mais chance de ter o problema do que o homem. Os sintomas são: ardência ao urinar, urgência miccional (urinar várias vezes) e urina avermelhada.
Dr. Alexandre Pupo Nogueira
CRM 84414
Coluna: Ana Maria