O ideal é que um responsável que ela confie seja o elo de sua relação com o médico. Uma dica é a menina acompanhar a mãe nos exames de rotina, para diminuir a ansiedade e a sensação de desconhecimento sobre a consulta ginecológica.
É preciso entender o processo de desenvolvimento da puberdade, pois é a partir daí que se determina o momento de levar a jovem ao ginecologista. As meninas iniciam o processo de amadurecimento sexual entre os 9 e 10 anos com o surgimento do broto mamário ou telarca. Em seguida, inicia o crescimento dos pelos pubianos e o estirão de crescimento (entre os 9 e 14 anos). A primeira menstruação (menarca) ocorre dois a três anos após o surgimento do broto mamário, entre os 11 e 14 anos. Se a telarca se iniciar antes dos 8 anos, caracteriza-se a puberdade precoce e isso pode determinar alterações no crescimento e desenvolvimento biopsicossocial da criança. A puberdade e as mudanças biopsicossociais se entrelaçam, já que as alterações no corpo levam a uma mudança de percepção de quem a menina é e como ela se insere na sociedade.
Mudanças de comportamento e novos desejos também surgem e estímulos sexuais passam a fazer parte da vida da jovem mulher. É bom entender que a irregularidade hormonal característica dessa fase faz com que muitas garotas tenham sangramentos abundantes, cólicas e ciclos irregulares. Assim, o momento ideal de levá-la ao ginecologista pode ser determinado por questões médicas ou de ordem social.
As primeiras são para entender e tratar ciclos menstruais irregulares com hemorragias e/ou cólicas. As segundas envolvem questões de reprodução, riscos ligados ao início da vida sexual ativa, orientação sobre os cuidados com o desenvolvimento do corpo na vida adulta. Em qualquer caso, o ideal é que um responsável que ela confie seja o elo de sua relação com o médico.
Uma dica é a menina acompanhar a mãe nos exames de rotina, para diminuir a ansiedade e a sensação de desconhecimento sobre a consulta ginecológica. O exemplo materno tende a ser um facilitador na organização desse vínculo da jovem com o ginecologista que será responsável pela sua saúde nos anos futuros.
Cumplicidade entre mãe e filha
É importante conversar sobre sexo com a filha, incentivando-a a conhecer o próprio corpo, entender o que representa a menstruação e explicar como se proteger de doenças e uma gravidez não planejada. Mesmo após a primeira consulta, a conversa sobre sexualidade continua sendo fundamental para passar segurança à jovem.
Sigilo Médico
Os médicos têm o dever ético de manter sigilo absoluto sobre o que disseram suas pacientes. O exame físico é realizado na primeira consulta se a garota se sentir à vontade. Caso contrário, pode ficar para um segundo momento, com conforto e segurança.
Dr. Alexandre Pupo Nogueira
CRM 84414
Coluna: Ana Maria