A trombose é a formação de um coágulo sanguíneo nas veias das pernas e coxas. O problema é que esse “trombo”, como costuma ser chamado pelos médicos, obstrui a passagem de sangue e dificulta o seu caminho até o coração, causando um problema de circulação sanguínea. É por isso que os sintomas mais conhecidos da trombose são: a sensação de pernas pesadas, inchadas, arroxeadas e falta de ar (nesses casos, pode ser que o trombo tenha se deslocado e ido parar no pulmão, ocasionando um quadro de embolia pulmonar). A trombose é um quadro sério e que pode causar risco de vida se não for tratada logo.
Trombose e a relação com a pílula anticoncepcional
Segundo o Dr Alexandre Pupo, mulheres que usam anticoncepcionais têm mais risco de desenvolver trombose do que as mulheres que não usam a medicação. “A relação entre a pílula anticoncepcional e a trombose ocorre porque os hormônios presentes no anticoncepcional (progestagênio e estrogênio) alteram a cascata de coagulação, uma sequência de eventos que o corpo precisa fazer para que a coagulação do corpo ocorra”. Ele explica que com uso de hormônio, o processo de coagulação fica mais acelerado e sensível, facilitando o sangue a coagular mais facilmente.
Risco de trombose por uso da pílula é baixo e está associado a outros fatores
Apesar de existir o risco, o Dr. Alexandre explica que índices de tromboses causadas pelo uso do anticoncepcional costumam ser baixos. O que acontece é que o uso do método contraceptivo associado a outros fatores pode aumentar a tendência de algumas mulheres predispostas a desenvolverem trombose. “A relação entre a pílula anticoncepcional e a trombose não acontece de uma maneira isolada, tem que ser junto com outros fatores, como imobilidade, presença de varizes pélvicas, uso de cigarro”, explica o médico. Ele também cita fatores genéticos como responsáveis por aumentar as chances.
Por isso, antes de se consultar com o ginecologista, informe-se sobre o seu histórico familiar e relate-o na consulta. O médico também pode pedir exames laboratoriais para a identificação da predisposição genética. Nesses casos, não é indicado o uso da pílula por causa da predisposição. Porém, cada caso deve ser analisado individualmente e ter tratamento direcionado. Não é recomendado iniciar o uso de pílula anticoncepcional sem a indicação médica.
O cigarro aumenta o risco de trombose e de entupimento das veias e artérias
A trombose pode acometer qualquer mulher, mas raramente envolve quadros sem antecedentes. Além dos fatores já citados, como o uso de hormônios e predisposição genética, o cigarro aumenta as chances das mulheres desenvolverem trombose ao longo dos anos. Isso porque a nicotina reduz a espessura dos vasos sanguíneos, afetando a circulação de sangue. Já o monóxido de carbono da fumaça diminui a concentração de oxigênio no sangue e leva a ativação das plaquetas, justamente as células que mais atuam no processo de coagulação.
Tratamento para trombose e como se prevenir
A trombose é um caso de saúde grave e que precisa ser tratada o mais rápido possível. Para isso, o médico pode receitar medicamentos anticoagulantes orais ou injetáveis, dependendo do grau da situação. Algumas mulheres também são orientadas a usar meias de média compressão, assim como massagens e exercícios físicos. Uma dica é evitar ficar parada ou em uma mesma posição por muito tempo. Também é recomendado caminhar sempre que possível para melhorar a circulação dos membros inferiores. Mulheres que trabalham em pé ou ficam sentadas o dia inteiro podem perceber os pés e pernas mais inchados no fim do dia. Para amenizar o desconforto, além da meia de média compressão, podem elevar os membros inferiores por pelo menos 15 minutos. E a mais importante recomendação de todas: evite fumar. O cigarro compromete a qualidade das veias e artérias.
Dr. Alexandre Pupo Nogueira
CRM 84414
Fonte: Só Delas